(...) Na física quântica esta dependência do ser de uma coisa em relação
a seu ambiente geral é chamada "contextualismo", e suas implicações são
muitas, tanto para nosso conceito de realidade quanto para nosso
entendimento sobre nós mesmos como parceiros nesta realidade. Este
contextualismo é uma das razões centrais da afirmação de que a teoria
quântica deverá finalmente contribuir para uma nova visão de mundo, com
suas próprias e distintas dimensões epistemológicas, morais e
espirituais.
A dimensão epistemológica — qual a natureza de nosso conhecimento e o
que entendemos por verdade? — foi muito bem expressa na fenomenologia do
filósofo francês Merleau-Ponty no que ele chamou a "verdade dentro de
uma situação": Enquanto mantenho diante de mim o ideal de um observador
absoluto, do conhecimento na ausência de todos os pontos de vista, só
posso ver minha situação como uma fonte de erro. Mas, tendo reconhecido
que através dele sou dirigido a todas as ações e a todo conhecimento
significativos para mim, então meu contato com o social na finitude de
minha situação revelou-me o ponto de partida de toda verdade, incluindo a
científica, e, uma vez que temos alguma ideia da verdade, uma vez que
estamos dentro da verdade e não podemos sair dela, tudo o que posso
fazer é definir uma verdade dentro de uma situação.
Toda ação psicológica está ligada a influência das moléculas de emoção.
As emoções colorem a riqueza de nossas experiências. Quer dizer que não
olhamos nada sem envolvermos o aspecto emocional. Nos odiamos
inconscientemente, nos desprezamos, decepcionamos nossas virtudes.
Nossos pensamentos constroem. Podemos romper e perceber nossa beleza,
riqueza e grandeza. Precisamos buscar o saber sem qualquer interferência
dos nossos hábitos. E se pudermos fazer isso, manifestamos o saber na
realidade e nossos corpos o vivenciarão de novas maneiras, numa nova
química em novos hologramas em outros novos lugares de pensamento. Além
de nossos sonhos mais arrojados.
Considerar que podemos nos focar no que realmente importa para nossas
escolhas e caminhos. O descondicionamento se dará por meio de novos
hábitos favoráveis conscientemente selecionados. Ao tomarmos consciência
das escolhas indevidas e dos prejuízos que nos causam podemos começar a
desconstruir estas vias potencializando outras reações e mesmo ações
adequadas. No instante em que reconhecemos nosso poder de co-criador,
não vamos mais escamotear a responsabilidade que temos de assumir as
consequências de nossas decisões, escolhas, opções. Isto nos fortalece e
nos impõe um compromisso de estarmos cônscios do que fazemos e de suas
consequências para nós e para os outros. Ao sair do túnel, podemos
perceber que ainda não sabemos quem somos nós. Mas, estamos a caminho.
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