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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Relato de pesquisa: sala de aula


Ao iniciarmos a atividade observacional numa sala de aula de uma escola para aproximarmo-nos da realidade daqueles que formam a classe – professores, alunos, funcionários da escola – e sobre base teórica, que neste caso utilizaremos o modelo bioecológico de Bronfenbrenner e suas contribuições para o desenvolvimento humano, buscar encontrar motivos e/ou valores que influenciam consideravelmente na aprendizagem, no desenvolvimento, na interação daqueles que formam aquele grupo. 
Vários são os fatores que influenciam nos resultados do desenvolvimento humano, a transição biológica e social relacionada aos aspectos culturalmente definidos como: idade, expectativas de papel e de oportunidades ao longo da vida. As transições são: as normativas, a entrada da criança na escola, a puberdade, o início da atividade ocupacional, o casamento e a aposentadoria e as não-normativas, uma doença séria na família, uma morte, divórcio, mudanças súbitas, perda de emprego, de moradia ou mesmo ganhar um prêmio. Mesmo assim, a vida dos membros de um mesmo sistema, são interdependentes, sendo afetadas pela maneira como reagem às transições. Em caso especial, na família essas mudanças de transições podem afetar de modo a percorrer por gerações esse processo histórico afetando seu desenvolvimento.
A pesquisa, neste caso observacional, propõe a interação de diferentes esferas do funcionamento psicológico e de desenvolvimento. A abordagem ecológica realça a necessidade da observação naturalística. Ressalta a importância das pesquisas por descobertas, não verificando simplesmente hipóteses, mas procura compreender a realidade estudada de forma contextualizada e ampla. Assim inicia-se o procedimento de inserção ecológica, onde a pesquisa será efetivada no ambiente de investigação, com o fim de que ela venha ser parte integrante do objeto investigado.
De posse de dados que apontem como os processos intrafamiliares são afetados por condições extrafamiliares, teremos como saber o que afeta a capacidade das famílias de não gerenciarem com qualidade e saúde as suas crianças. Por ser contextualizada e interacionista a Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner, destaca esses processos em diversos níveis de diferentes sistemas, por que o modelo proposto produz uma constante interação entre os aspectos da natureza e o ambiente, onde os fatores hereditários da pessoa influenciam e são influenciados pelo ambiente. Nele o indivíduo é um ser ativo, capaz de modificar-se e modificar seu meio. Os principais mecanismos desse modelo são os processos proximais, dando ênfase ao aspecto qualitativo de desenvolvimento. Ela demonstra o desenvolvimento da pessoa em seu aspecto ontogenético, quanto na história da humanidade, porque as alterações ocorrem ao longo dos tempos e das gerações.
Nas observações como pontos fortes destacamos segundo a teoria de Bronfenbrenner, os aspectos:
1} o contexto sociocultural;
2} a sensibilidade à diversidade e à pluralidade do desenvolvimento em diferentes culturas e em determinados períodos históricos;
3} a articulação entre vários níveis de análise, tanto na teoria quanto na pesquisa;
4} a integração entre ciência teórica e empiricamente fundada, rompendo com a tradicional dicotomia encontrada em pesquisa;
5} a proposta da observação naturalística;
6} a valorização da aprendizagem cotidiana;
7} a integração de aspectos políticos ao processo de pesquisa.
Os aspectos, Pessoa-Processo-Contexto-Tempo, os quais devem ser constantemente, relacionados uns com os outros proporcionando interação de análises como também encontrando neles as alterações que naturalmente ocorrem, direcionam as pessoas para novas mudanças que serão objeto de novas pesquisas.
A observação, por meio do modelo bioecológico, promoveu consideráveis mudanças em nosso olhar. De uma base de críticas, não verbalizadas, quanto às reações dos alunos no seu dia-a-dia escolar que não eram compatíveis para uma sala de aula, passamos para uma nova base, que permitirá com o olhar atento nos contextos e nas interações que cada um dos alunos possuem, administrar e/ou gerenciar novos modelos de aprendizagem que possam proporcionar em seu substrato de experiências, valores e modelos de operacionalizar a vida, buscando atenuar os golpes das interferências intra e extra indivíduo, que fomentarão a eles força e coragem para o enfrentamento das adversidades que são comuns a todos as pessoas, mas que podem ser superadas com o olhar do educador, dos pais, da sociedade como um todo, por aquelas crianças e adolescentes que vislumbram por uma vida melhor. 
Não importa o sistema que encontraremos, se é micro, meso ou macro. Importa que neles encontram-se pessoas e não somente alunos. Essa particularidade, provocarão constantes alternâncias nos grupos que estão intimamente ligados ao projeto de pesquisa. Segundo a pesquisadora Sílvia Koeller, Bronfenbrenner com seu modelo bioecológico “mudou nosso modo de olhar o mundo”.

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