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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ideologia e o capitalismo como fim da história

Twet

Apesar da história nos ensinar que o mundo está em constante transformação, há um sentimento comum, em determinados estratos sociais, de que o mundo ou sempre foi assim ou para sempre permanecerá como está, talvez com uma variação aqui ou outra acolá. Mas isso não é porque as pessoas não saibam racionalmente que isso não seja verdade.

O indivíduo hoje se assemelha àquele do período romano. Se olharmos para a História da Filosofia, veremos que na época da Roma Imperial a Filosofia Política praticamente desapareceu, enquanto que os filósofos voltavam suas reflexões principalmente para a Filosofia Moral. Isso é, o que deveria ser mudado era o indivíduo, não o mundo. Havia uma sensação de impotência diante do império da mesma forma que muitas pessoas experimentam hoje. Basta darmos uma olhada nas prateleiras de livros mais vendidos para saber o que o homem médio anda lendo: livros para mudar a si mesmo.

E mesmo observando que impérios como o romano se desintegram, algumas pessoas ainda tem a sensação de que o mundo sempre será como está. Daí a afirmação precedente de que o problema não é saber olhar para a história e ver que tudo passa. A questão é essa sensação, esse sentimento de imobilização diante do mundo.

Se analisarmos atentamente a história, veremos que antes que elementos revolucionários surjam e questionem o status quo de determinado momento histórico, o mundo vigente até então parece sempre o melhor e o mais natural dos mundos.

Vamos ilustrar isso com um exemplo. A escravidão era vigente em nosso país até pouco mais de 150 anos atrás. Sua abolição é historicamente muito recente, e essa instituição se perpetuou por milênios na humanidade.

Para o homem de hoje pode ser absurdo imaginar uma cena em que um punhado de homens brancos armados fosse de navio a outro continente arrancar outros homens livres, à força, de sua terra natal para serem escravizados longe de suas casas. Parece absurdo para nós, mas havia uma justificação para isso. Sempre houve uma justificação. E esse tipo de justificação do status quo, do mundo como ele é, é chamado de "ideologia".

A ideologia é a forma com que as classes dominantes justificam o sistema vigente e o apresentam como o melhor e o mais natural dos mundos. E da mesma forma que sempre houve justificativas para a escravidão, há hoje justificativas para o modo de produção capitalista.

Os burgueses nos pedem para olhar para o reino animal e ver como é natural a concorrência, como um animal engole o outro, como os mais aptos sobrevivem e os mais fracos são exterminados. Isso é um exemplo de ideologia. Isso é justificativa do status quo, do mundo como ele é.

Ao inverter a dialética hegeliana de cabeça para baixo, Karl Marx demonstrou que são as relações materiais e concretas da vida material que determinam a forma de pensar de uma determinada sociedade. As idéias dominantes de uma época são sempre as idéias da classe dominante daquela época.

Se a verdade é imutável, e se a escravidão algum dia foi devidamente justificada, ela ainda o seria hoje. Isso mostra que aquilo que sustentou a escravidão e que sustenta o capitalismo não são verdades "eternas". Os argumentos só servem para tentar justificar a forma como o mundo já está organizado.

Se demos apenas o exemplo da instituição da escravidão, o leitor poderá varrer a história para ver por si só que sempre foi assim. O feudalismo, na Idade Média, é um outro exemplo, o qual tinha na Igreja sua principal âncora ideológica.

A ideologia burguesa diz que o trem da história chegou a uma estação chamada "capitalismo" e que essa é a estação final. Ela quer congelar a história. Mas ao contrário do que às vezes pode sugerir este sentimento de impotência e imobilização do homem contemporâneo diante do mundo, o capitalismo definitivamente não é o fim da história - não há nada que aponte para isso. A mais irrealizável de todas as utopias é achar que nada muda.

1 comentários:

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